Sentimentos Canalizados
Muito se fala do Agora e do poder que este Agora tem mas na verdade ainda poucos têm a capacidade para desfrutar deste momento, este tempo presente onde se diz que temos de viver e estar, não é tão simples como muitos desejam ou gostariam. Viver no agora é viver no momento ínfimo de um respirar, no momento de um clique, é estar totalmente desperto a tudo o que chega de fora e de dentro. O agora é já, mais uma moda, que uma busca, tudo se resume a este temos de viver no agora, tudo se resume a que temos de despertar para uma nova consciência, temos de despertar para o tempo presente… Há quem diga que o agora são cliques e insights de compreensão que conseguimos ter ao longo do dia em que estamos a viver e talvez essa seja no momento a única definição de agora que nós podemos ter, talvez essa seja a única forma de nos conectarmos com a presença e a única forma válida de experienciar esta presença que desejamos que seja constante, talvez esse simples momento possa ser uma grande conquista e se reunirmos muitos momentos podemos chegar a ter um dia de pequenos agoras mas ainda não é possível esse verdadeiro Agora. Não fiquem a desesperar por ainda não estaremos preparados para este momento tão mágico, para este momento que todos retractam como sendo o verdadeiro encontro connosco e com a plenitude do Ser que somos, permitam-se desfrutar cada momento sim e se ainda na vossa vida for preciso ir atrás então vão, ainda precisam desse recuperar de experiências para poderem avançar rumo à vossa evolução. … Muitos falam agora que o importante é tudo aquilo que é transpessoal mas para chegarmos a este patamar antes temos de ser pessoais, e na verdade muitos estão ainda no pré-pessoal, não o pré-pessoal das crianças que ainda não tem uma personalidade definida mas um pré-pessoal que ainda não tem total consciência de quem é e do que tem capacidade para fazer. Muitos ainda precisam evoluir para um pessoal, para uma total consciência do Ser, para uma total consciência de quem são, mesmo que por vezes não se consigam identificar tão bem assim, é importante que se observem e investiguem, que descubram quem verdadeiramente são, que sejam pessoais e que tenham um ego porque precisam dele e ele sempre fará parte de vocês. Não tentem distanciar-se desse ego porque é ele o responsável máximo pela vossa estadia neste plano terreno, é ele que voz impede de morrer, vocês precisam dele, é uma parte vossa. … Não quero que entendam nas minhas palavras que tento ser um guia ou líder porque disso estão vocês cheios, quero apenas trazer-vos a possibilidade de analise e de sentir, quero trazer-vos uma outra forma de estar e de ver o mundo, trazer-vos a forma de ver o mundo de cima, e sim é possível que todos vocês a dada altura se elevem e possam ver de cima o que se passa e acontece, isso não tem a ver com egos ou lutas de poder mas é tão só uma forma de serem observadores do que à vossa volta se passa. Não adianta dizermos que somos os criadores da nossa realidade se não sabemos como a criar, não adianta dizer que temos a responsabilidade pelas nossas escolhas se não a sabemos aceitar, não adianta querer aceitar as coisas quando se confunde aceitação com concordância, ainda muito precisa ser feito e trabalhado para que possam dar esse passo no caminho da espiritualidade. Usam a espiritualidade como porta de entrada para um patamar onde dizem não haver problemas mas usam a porta como fuga e não como ensinamento e ancoragem, essa entrada nesse espiritual acaba por vos fazer ficar distantes do que é real, do que está a acontecer, acabam por não conseguirem ver quem são nem mesmo o que vos levou ali. … Perguntam-me agora o que é isto da iluminação? Agora que vos disse que têm que ser pessoais, como podem ser iluminados? Sentem que vos estou a confundir? Pois não estou, apenas estou a fazer ressaltar à vossa consciência todas as questões que vos assaltam agora, todas as questões para as quais vocês não estão a encontrar resposta. E é aqui que vos ocorre que têm que meditar, que têm que se elevar, que têm de fazer algo que vos ligue à fonte, à fonte do saber, à fonte do conhecimento, à fonte de uma espiritualidade que apenas existe fora de vocês, uma espiritualidade de imagens, mas uma espiritualidade intocável. A verdadeira espiritualidade está onde esteve sempre, está dentro de vocês, está na forma como vocês sentem, está na forma como vocês desfrutam das coisas, está na forma como vocês se permitem viver. … Continuamos a fugir de nós, continuamos com medo de nós, continuamos ocos, vazios, continuamos como se fossemos uma cana, uma cana vazia que oscila ao vento, e vamos balançando de acordo com a música que toca, de acordo com promessas, de acordo com qualquer ilusão que nos faça pensar que estamos a conseguir alcançar algo, compramos exactamente aquilo que nos querem vender, não conseguimos mais ter o discernimento, o necessário discernimento para perceber o que serve e o que não serve para nós. Tentamos ser iguais, tentamos ser certos, tentamos ser os correctos e os bons, mas não somos porque não conseguimos ser bons para nós, não conseguimos ouvir-nos, não conseguimos aceitar-nos, e fazemos desta falta de aceitação de nós mesmos uma busca para a iluminação, uma busca espiritual, quando na verdade compramos um bilhete de ida para parte incerta, porque simplesmente não sabemos para onde devemos ir. Namasté!