Necessidade ou Apego
Se observarmos as nossas relações vamos ver que muitas delas são fruto de apegos, são fruto de necessidades que temos ou que tivemos em tempo e das quais não nos conseguimos libertar, são fruto de medos muitas vezes inconscientes onde nos vamos aprisionando e dos quais temos dificuldade de sair. Tantas vezes olhamos determinadas relações e conseguimos perceber o que delas não desejamos e não queremos, o que delas não nos preenche mas ainda assim ficamos ali, reféns de pequenos momentos e pequenas lembranças, reféns de projectos e sonhos que fomos criando para um ser que não era real, que apenas vivia no nosso mundo de criações e sonhos. Por vezes ganhamos força para poder abandonar essas relações sufocantes, mas ainda assim calamos a nossa voz que nos pede para seguir em frente pelo terror que temos de ficarmos sós, de ficarmos connosco, de não corresponder a padrões e expectativas de outrem… Saímos de uma relação mas continuamos amarrados aquilo que sabemos que não desejamos, encontrando pequenos refúgios, pequenos truques para nos convencermos que afinal aquela era a relação perfeita, que afinal aquela era a relação que nos preenchia quando aqui vivemos de pura ilusão e apegados ao sonho não cumprido. Porque ainda nos obrigamos a viver em relações de apego onde entregamos o nosso poder ao outro para que ele nos guie e comande, para que ele decida o que deve ou não ser a nossa vida e o que a relação deve ser? Fazemo-lo desde o medo mais infundado e inconsciente de ver a vida a passar sem ter ao nosso lado a outra metade que um dia acreditamos existir, porque foi isso que nos venderam, que em alguma parte existe alguém perfeito para nós quando esse perfeito, é cheio de defeitos e feitios que podemos ou não encaixar, adaptar e amar sem qualquer necessidade ou dependência. Namasté!