Perdão
O perdão é dos temas que ultimamente mais me tem sido colocado, como posso perdoar, sinto necessidade de perdoar, preciso de perdoar… Parece que se abriu uma porta onde o nosso mental percebeu que existem focos de dor em nós e então é porque existe mágoa, existe culpa, existe ainda a necessidade de perdoar e ser-se perdoado. Sentimos que temos de nos desvincular do outro pelo perdão, sentimos que este perdão pode ser uma tabua de salvação, uma tábua para nos libertar daquilo que sentimos que nos prende quando na verdade somos nós que nos prendemos. O perdão a bem da verdade nada mais é que uma estratégia da nossa mente, uma estratégia que a mente cria para nos mostrar que existe algo chamado culpa… Observe as situações, pessoas que sente necessidade de perdoar e veja onde está a culpa, foi o outro que nos magoou, fomos nós que fomos “maus”, a culpa vai estar a pairar nesta necessidade de perdoar. Depois de identificada a culpa, onde reside a nossa responsabilidade? Não temos, será que não? Se nós somos os responsáveis por nós e pela nossa própria vida como tentamos sair sem a nossa quota-parte de responsabilidade… Esta responsabilidade vai abrir as portas para aquilo que é a nossa frustração, para aquilo que é a nossa raiva, e vai mostrar-nos a vezes que nos tentamos punir por não saber perdoar… Então chegou o momento de observar este esquema mental e simplesmente assumir a nossa responsabilidade percebendo que nada tem de ser perdoado, percebendo que tudo o que acontece e fazemos é o melhor que sabemos a cada momento sem esse peso de culpas mas sim assumindo para nós que somos os responsáveis. Com esta observação a necessidade de perdão fica perdida e cresce em nós uma outra capacidade de nos olharmos e compreendermos. Namasté!