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Vazio

Na nossa vida se observarmos tudo se resume a cheio ou vazio. Se está cheio estamos bem e felizes (isto falando daqueles que são para muitos os bons sentimentos), se está vazio, não sabemos como lidar, não sabemos o que fazer para voltar a encher. Se não está nem uma coisa nem outra ficamos num tempo de lamentos. A verdade é que quando falamos de emoções temos muita dificuldade em estar e desfrutar deste espaço vazio, deste espaço desconhecido, porque o vazio é para muitos isso mesmo, simples ausência de um estado, de um sentir, simples ausência que se torna medonha, porque sempre temos de preencher algo… Sempre fomos habituados a preencher desenhos, a colorir as coisas, e estar neste estado de vazio torna-se muitas vezes difícil de aceitar, sentimos que precisamos fugir deste momento, sentimos que se estamos assim é porque algo não está bem, algo tem de estar muito errado para estarmos desta forma… Porque tem o vazio uma conotação tão medonha? Porque simplesmente nunca nos foi permitida esta experiencia, sempre fomos “obrigados” a estar fora do vazio, seja ele de que tipo for, mas o vazio pode ser construtivo para nós, pode ser um momento de pausa, pode ser um momento de reflexão, um momento em que conseguimos verdadeiramente estar connosco se nos deixarmos de condicionar e privar de o vivenciar. Este vazio pode significar um salto na nossa vivência porque depois desta experiencia tudo nos toca e tudo existe sem que nada seja necessário fazermos para que exista, o vazio permite-nos ver a vida a acontecer como se fosse a magia de um filme que passa e nos alimenta a parte criativa e de fantasia. O vazio é esse tempo que nos acolhe sem nunca nos questionar, que nos dá, sem nada dar e que nos preenche sem nada que encha… Simplesmente é vazio… Namasté!

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