Carta do Dia: Cinco de Copas
A energia de hoje vem pedir-nos alguma atenção sobre o nosso sentir, sobre as nossas perdas, sobre aquilo que pensamos que foi perdido e que nos escapou das mãos. Existem momentos na nossa vida em que sentimos que algo nos fugiu, que algo terminou antes de tempo, sentimos que algo partiu de nós, sentimos decepção, sentimos a perda, sentimos rejeição, sentimos que estamos a ser condenados a uma tristeza sem fim, sentimos que nenhum esforço foi suficiente para que tudo continuasse de pé. Na verdade, este sentimento muitas vezes se arrasta em nós, por vezes passam-se tempo e tempos até voltar a ele mas quando chega parece sempre mais forte, parece que houve algo que cresceu ali, pois a realidade é que a perda de hoje muitas vezes se juntas às de ontem e crescem de forma desmedida, crescem em nós de forma que não conseguimos sequer compreender esse sentimento que nos corroí ficamos assim a lamentar-nos por o que correu menos bem, por o que não saiu como queríamos e desejávamos mas onde fica a nossa capacidade de observação e discernimento? Onde deixamos de ser livres para nos apegar àquilo que hoje condenamos e sentimos como uma perda em nós? Onde começamos a apropriar-nos da situação ou do outro? Onde deixamos de nos valorizar para agora sentirmos amargamente a rejeição em nós? Estas são algumas das questões que ficam a aguardar a nossa atenção, que pedem que o nosso observador investigue para determinar o caminho e quem somos na verdade. A forma como aceitamos e vivemos as nossas perdas é um molde que pode formar-nos ou deformar-nos mas a escolha está em nós, a capacidade de decidir qual destas formas é a nossa forma de viver. Namasté!