Pertença
Todos nós, com mais ou menos consciência temos o desejo de pertencer, desejamos pertencer a um determinado grupo, seja ele família, amigos, colegas, equipa de trabalho… queremos simplesmente fazer parte…
Queremos sentir que somos queridos e respeitados no grupo, queremos sentir que fazemos falta, queremos sentir que dão por nós e pela nossa presença ou ausência… queremos sentir que o grupo compartilha connosco os momentos, os temas, os segredos… e é tudo isso que nos faz uma vez mais sentir incluídos, sentir que somos essa parte…
Mas nem sempre é possível fazer parte, nem sempre somos aceites, e quando não somos, começamos a sentir-nos mal, começamos a sentir-nos a ovelha negra no rebanho de ovelhas brancas, começamos a sentir que não somos queridos, que não gostam de nós, que nos escondem algo, ou que nos tomam de ponta e quando assim é o que fazer? Como podemos lidar com um sentimento tão complicado? Como podemos deixar de ser essa ovelha negra e voltar a fazer parte?
Estas são algumas das questões iniciais que nos colocamos e as quais com o passar do tempo sem resposta acabamos por desvalorizar, e aí dizemos nós… já não quero fazer parte, eu sou melhor que o grupo, eu sou o diferente, eles é que perdem…
Na verdade, a única coisa que fazemos mostrar que estamos bem mas continuamos no papel de vitima, uma vitima agora mais escondida, mais disfarçada, uma vitima que diz que colocou no grupo o seu perseguidor mas que poderá ser um salvador caso nos torne a receber… E uma vez mais o trio está formado, uma vez mais o triângulo está aí incapaz de ser derrubado…
Esses grupos mais do que possibilidade de pertença ou exclusão é quem nós também somos, porque branco ou negro continuamos ali de algum modo, e se nós nos sentimos a ser excluídos até que ponto não somos também nós quem tomou o grupo de ponta?
Fica a questão…
Namasté!
Vanessa Barros Albernaz
